Diferentemente do que ocorre no processo de simbiose, no parasitismo uma das partes sempre leva vantagens especiais com prejuízo aviltante e vitimização da outra parte. A reação da vítima varia entre a acomodação e a inquietação, ocorrendo no entanto, à partir desta acomodação, a morte do hospedeiro espoliado.
Ectoparasitas são aqueles que permanecem na superfície corpórea dos hospedeiros e endoparasitas aqueles de invadem e se alojam nas reentrâncias dos hospedeiros aí permanecendo por tempo indeterminado. Há nessa relação uma espécie de acordo, embora o hospedeiro muitas vezes desconsidere os riscos e prejuízos a que se expõe.
Transformações dos parasitas
Existem em a Natureza parasitas temporários, ocasionais ou os pseudoparasitas, estes últimos somente quando submetidos a condições de dificuldades ambientais severas. Existem ainda os permanentes em cujo ciclo biológico se faz imperiosa a presença de um hospedeiro definitivo. Nos parasitas de ciclo heteroxênico que se utilizam de uma ou mais espécies como hospedeiros no período larval e quando adultos se utilizam de um hospedeiro definitivo. Além destas espécies de parasitas conhecemos também os hiperparasitas que são parasitas dos parasitas..
Sendo o parasitismo uma adaptação, as modificações e novas características nas espécies e plenamente admissível.
Todo o processo de parasitismo exige do parasita longo ciclo de adaptações e mutações: redução ou expansão orgânica, desaparecimento de certos orgãos de locomoção, surgimento de estruturas que permitam a fixação e a estabilidade, adaptação dos orgãos reprodutores, resistência vital, capacidade de encistamento e respectiva segregação de recursos protetores e consequente adaptação as condições adversas de umidade, temperatura e alimentação. Ocorre ainda a modificação no sistema digestivo tanto no que diz respeito a forma de se alimentar bem como na acumulação de reservas alimentares.
Transformações dos hospedeiros
Se há um processo severo de adaptações aos parasitas, nos hospedeiros estes mecanismos são mais importantes, complexos e traumatizantes. Espoliados, lesionados, intoxicados, submetidos à processos infecciosos acompanhados de febre e muitas vezes levados à morte em consequência de todo este ataque.
Muito embora diversos recursos imunológicos sejam postos em ação calcificando, destruindo, neutralizando os invasores, o organismo parasitado se ressente das obliterações, obstruções, intoxicações a que são submetidos.
Neste quesito na doença de Chagas, o Trypanosoma cruzi , tem no seu ciclo biológico a participação de diversas espécies como hospedeiro intermediário, os insetos conhecidos como "bicho barbeiro" e outras tantas espécies como hospedeiros definitivos, entre eles o homem. Do intestino dos insetos para as estruturas viscerais dos hospedeiros definitivos impondo sofrimentos celulares inomináveis.
Obsessão e vampirismo
Egoísmo, crueldade, ignorância e crime são fatores vinculados desde os primeiros sinais de domínio da consciência e responsabilidade aos processos de obsessão e vampirismo. Não aceitando aos chamamentos divinos e tendo o livre arbítrio em suas escolhas os seres ao desencarnarem passaram a não respeitar os companheiros que permaneciam encarnados, empreendendo processos de cobrança afetivas e materiais, impondo vinganças e assédios energéticos.
De outro modo, os que sofreram homicídio, perseguição e outras violências, uma vez desencarnados, entram na faixa mental dos ofensores, sabedores que são de todas as suas faltas e anulando em princípio a possibilidade do perdão, inconformados, buscam fazer o acerto de contas com a mesma moeda: pagar o mal com o mal.
Desta forma acomodam-se vingadores e vítimas, querendo que Deus resolva as suas contendas sem se importarem em dar um primeiro passo ao entendimento. Não vendo suas exigências atendidas passam a duvidar das Leis Universais e permanecem estacionados, numa troca constante de papéis, ora atacando, ora sendo atacados.
"Infecções fluídicas"
A influenciação doentia que impõem aos adversários encarnados através de formas mentais monstruosas, operam perturbações capazes de levar suas vítimas à loucura. As paixões sobrecarregadas de egoísmo perverso são levadas à efeito por meio de monoideísmo aviltante de cujo teor as vítimas não conseguem se livrar. Assim como os ectoparasitos que já vimos anteriormente, absorvem as emanações fluídicas dos encarnados com que se afinizam. Mais gravemente, outros, em pontos fracos previamente conhecidos, "injetam" através destes mesmos pontos substâncias fluídicas capazes de lhes alterarem a química mental e por conseguinte a própria essência dos pensamentos provenientes do tálamo no diencéfalo.
Neste contexto de apropriação gradual, os escravizadores desencarnados se assenhoreiam dos comandos mentais de forma mais incisivas, expandindo o seu campo de influenciação, ampliando sua interferência na área do córtex frontal, controlando também as áreas sensíveis do centro coronário, interferindo nas funções do aparelho somático através dos sistemas simpático e parassimpático. Assim, o processo de vampirismo amplia seu espaço, estimulando nos hospedeiros os sentimentos de medo ou de guerra nervosa, estimulando em si mesmos os sentimentos de vingança e prejudicando o próprio corpo físico.
"Parasitas ovóides"
Os pensamentos repetidos e doentios, como sede de vingança e justiça "com as próprias mãos",
sentimentos estes exacerbados de apego, acompanham o indivíduo desencarnado e o impulsionam a envolver os seus perseguidos com tanta atenção, que acabam por se auto imporem um processo de hipnose com imagens de afeto ou desagravo.
Este processo a que se auto submete o perseguidor, repetidos exaustivamente e ultrapassando limites de tempo e de espaço, acabam por impor grandes transformações em seu próprio corpo espiritual (perispírito) , afetando suas funções e morfologia, entrando num circuito de atrofia.
Assim transformam-se em criaturas ovóides, como em um processo de encistamento, continuando vinculados às vítimas, que acabam por aceitá-lo, permitindo a sua influenciação , em sintonia com os seus pensamentos incessantes de remorso, arrependimento, ódio ou vingança.
Cria-se assim um ambiente propício para simbiose mórbida, sintonia esta que, muitas vezes, se prolonga para além da morte física do hospedeiro, de acordo com o grau de compromissos entre
credor e devedor.
"Parasitismo e reencarnação"
A relação entre vítima e verdugo nem sempre cessa com a morte e decomposição do corpo material. Neste caso, ambos se entrelaçam em pensamentos e sentimentos vibrando na mesma sintonia, ambos amargando cenários dantescos.
Por misericórdia Divina, os agentes espirituais, incumbidos de tal tarefa, examinando atenuantes e agravantes, promoverão a reencarnação daquele que mereça tal recurso.
A mulher, que por seus débitos, abrigar esta gravidez, sofrerá assédio de forças obscuras por simbiontes capazes de influenciar o feto desde o início da gestação em seus tecidos em formação,
continuando na primeira sua infância ligada ao espírito ou espíritos "cobradores" em busca de reajustes.
Nesta mesma sequencia, na juventude segue padecendo destas influências.
Geralmente nas uniões conjugais, por amor ou por movimentos mais complexos do destino,
estes espíritos assediantes têm a oportunidade de reintegrarem-se na condição de filhos de sangue e de afetividade, obtendo assim a renúncia e a quitação do passado.
Caso o número destes perseguidores for grande, não obtendo o benefício da reencarnação poderão, muitas vezes, continuar o processo de perseguição e influenciação através das formas-pensamentos direcionados aos filhos da vítima, utilizando-os como hospedeiros intermediários, para depois alcançar os pais, hospedeiros definitivos, que são seus principais alvos.
Terapêutica do parasitismo da alma
Cabe ressaltar que todos os processos acima descritos estão ligados à lei de ação e reação, semeadura e colheita, tanto para encarnados como para desencarnados.
Em ambos os casos a terapêutica é a aplicação intensa do bem para a cura do parasitismo da alma.
As aflições vividas na encarnação vigente nos dão a noção do quanto somos devedores e o quanto precisarão, além da prática do bem, da exemplificação e serviço de amor puro para que através destes haja a renovação e reajuste.
Através desta prática atrairemos boas energias e influências para nós mesmos, além de criarmos uma atmosfera benéfica à todos que estão à nossa volta.
Estaremos assim, inspirando, exemplificando e desarmando nossos desafetos desta e de encarnações anteriores.
Não necessitamos aguardar o futuro, em outras reencarnações, para desfazermos nossos equívocos e desmandos e promovermos nossa ascenção moral e espiritual.
Nossa oportunidade é aqui e agora.
Devotamento ao próximo, humildade praticada e sentida, santificarão nossa prece e atrairão intervenções providenciais ao nosso bem.
Nossa transfiguração para o bem desarma os nossos adversários e os incentivam também à prática do bem.
Nossa real transformação nos conduzirá à liberdade e redenção perante Deus.