Metamorfose e desencarnação
Traçando simples comparação com os insetos, André Luiz nos chama a atenção para a grande diversidade de formas de desenvolvimento que possuem os insetos, como cada uma delas atinge o estágio pleno e nos expõe para análise mais profunda a questão da transfiguração em seu roteiro de vida.
Nos mamíferos superiores, mais de perto ligados ao homem, ao desencarnarem permanecem ainda conectados aos companheiros com os quais convivia, por não possuírem pensamento contínuo, fator primordial para a "criação" e manutenção da nova forma.
Nestes casos a histogênese espiritual ocorre sem o concurso ativo do pensamento posto que encontram-se desprovidos da consciência que poderia repercutir na elaboração do perispírito.
Assim permanecem por período curto no plano extra-físico, salvo quando não se fazem úteis pela Espiritualidade, reencarnando quase que imediatamente, atraídos magneticamente pela própria família ou famílias com as quais se sintonizam.
Além da histogênese
O princípio inteligente avança de experiência em experiência, estagiando nos dois planos , acumulando conhecimento sob a orientação dos Amigos Superiores. Tendo iniciado esta trajetória nos seres mais simples, avança junto ao homem infra-primitivo, que tem dificuldades em compreender o fenômeno da morte e a grandiosidade do mundo espiritual.
Por outro lado, o pensamento contínuo o faze evoluir de forma contínua e estável, contribuindo para a sua metamorfose. No plano extra-físico as idéias consistentes, contando com o reforço da vontade, permitem de algum modo sua interferência para além da histogênese.
No fenômeno da morte, ao esgotarem-se as energias vitais do corpo físico, agora inútil, tais energias são assimiladas pelas células do perispírito. Processa-se então automaticamente o desligamento, somado à interferência mental.
O selvagem desencarnado
Sem conseguir compreender com clareza, o selvagem acostumado a usar a força e a a astúcia para se fazer predominar diante dos seus e dos seres que lhes servem de escravos, ao desencarnar permanece próximo aos seus, absorvendo e cedendo energias , até que novo retorno ocorra. Sua bagagem espiritual ainda é escassa. Suas visões do plano extra-físico, de certo modo o assustam e os seres extra -terrestres com os quais se defronta os fazem pensar estar em contato com deuses, e assim sua mente aos poucos acumula experiências.
Por afinidade e sintonia seu tedesejo é retornar ao convívio dos seus.
Monoideísmo e reencarnação
Este desejo constante, repetido e intenso de renascer na taba é o que prevalece.
Estabelece-se o monoideísmo enquanto outros desejos são inibidos. Com todos os desejos voltados para a mente os demais orgãos do corpo espiritual inibem-se ou mesmo atrofiam-se. Deste modo, pelo processo de auto-hipnotismo, ele perde seu corpo espiritual, transformando-se num corpo ovóide, guardando consigo, porém, todos os princípios da Criação Divina .
Todo o potencial restringe-se ao corpo mental à semelhança da semente que carrega a futura árvore robusta ou o ovo que tem em si a ave poderosa.
Forma carnal
Semelhantemente ao ovo que necessita do calor e da semente que exige condições próprias para germinar, os espíritos desencarnados necessitam do vaso genésico feminino onde possam, por afinidade e sob a lei da herança (bagagem de todas as suas experiências) se aglutinar mecanicamente e assim ressurgir no mundo físico . Aproveitando o material genético surgido com a união das células masculinas e femininas, o novo corpo físico vai sofrendo as imposições da mente desencarnada, bagagem de suas experiências pretéritas, reaproveitadas em próximas reencarnações.
Desencarnação natural
Vasto campo de experiências e progresso representam as encarnações e desencarnações sucessivas, vivenciando a formação e decomposição do corpo físico. Segundo suas conquistas ou frustrações estas idas e vindas protagonizadas pelo espírito em rápidas ou demoradas pausas no plano espiritual, com a ajuda fundamental do corpo uterino, vive os processos de histólise e histogênese, em vasto processo de condicionamento e automatismo, usando cada vez mais, nos animais superiores, a inteligência.
Revisão das experiências
A cada reencarnação recapitula as experiências anteriores bem como cada "morte" faz com que a criatura se familiarize com o plano extra-físico. Durante o coma ou durante a cadaverização do corpo físico, em minutos ou longas horas, passa a consciência pelo processo retrospectivo de sua vida física recém-finda em processo de histogênese espiritual. Este é, sem dúvida alguma, um processo de reimpressões magnéticas a que são submetidas as células, tanto num como noutro caso.
Vale lembrar as EQMs (Experiências de Quase morte) onde tais relatos de "visão panorâmica" ou "síntese mental" são amplamente explicados.
Lei de causa e efeito
Assim, o despertar lento e gradual do homem, encaminhando-o para a conscientização e responsabilidade o poe face-a-face com a lei de causa e efeito.
Pela sintonia encontra-se ele com outros espíritos também sofredores e desditosos, em quadros profundamente deprimentes.
Nestas províncias de sofrimento, passados os processos de remorso e arrependimento, encontram pelas mãos de Divinos Socorristas, meios de abnegação e renúncia para empreenderem novos rumos à libertação de suas mentes em direção ao Bem Supremo.